Fanfics Brasil - Guilty How Monsters Are Born [+18]

Fanfic: How Monsters Are Born [+18] | Tema: Harry Potter; Marotos; Comensais de Morte


Capítulo: Guilty

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Capítulo 16


Guilty


30 de Julho de 1972


Era uma tarde quente de verão. Fazia um calor dos infernos e Marcus estava se escondendo em seu quarto, ouvindo algumas músicas clássicas. Gostava muito dos clássicos, daqueles tipos de música que eram apenas instrumentais. Ouvir aquele tipo de música sempre o acalmava e distraía. E no momento ele precisava de distração. Não apenas para a mente, mas para seu corpo também.


Queria não ser tão burro. Se fosse um pouco mais como Andrew...


Quando a coruja chegara com suas notas, Marcus pegou o envelope e escondeu seu boletim dentro de uma das caixas de seus discos de vinil. Mas dias depois, quando fora para a casa de Andrew, seu pai descobriu sua tramoia. Ao voltar pra casa, ele perguntou, como quem não estava realmente interessado, se suas notas já haviam chegado. Sem saber que estava prestes a se enforcar, mentiu dizendo que não tinham. Seu pai adorava chamá-lo de moleque, ou de pirralho. Mas quando era para lhe bater, ele fazia como se ele fosse um adulto.


Não se lembrava exatamente do momento em que caíra no chão. Mas agradeceu por ter batido a cabeça bem no início da surra. As pancadas continuaram enquanto ele já estava desmaiado, então não sofreu tanto. E agora que tinha acordado, sua mãe vinha em segredo ajudar a cuidar de suas feridas. E para melhorar, sabia que ela não iria apanhar por isso. Ela estava com um barrigão de grávida. Seu pai torcia para que fosse outro menino. Marcus tinha medo do que lhe iria acontecer se fosse mesmo. Talvez seu pai simplesmente o matasse para não ter que lidar com o estorvo de ter um filho tão burro.


De olhos fechados, respirou fundo e se concentrou na música. Seu rosto parecia que racharia ao meio. Sua clavícula estava absolutamente dolorida e tinha certeza de que iria precisar se jogar das escadas para ter uma desculpa para ser remendado por Madame Pomfrey. Sua mãe lhe ajudava com feitiços de cura, mas ela não era tão boa quanto a enfermeira de Hogwarts. Mas ela era muito boa com poções e as de murtisco tinham feito maravilhas para os seus cortes, pelo menos os que ficavam mais escondidos. Os aparentes precisavam cicatrizar sozinhos ou o pai saberia que a mãe o estava ajudando. O problema maior eram seus ossos. Essa era uma área mais voltada para feitiços, que era um ponto fraco dela. Talvez ser bom em feitiços fosse uma questão de sobrevivência dali pra frente...


Duelos também seria uma questão de sobrevivência. Pelo menos se tivesse um irmão. O fato de ter um primo mais velho já era alarmante o suficiente. Seu pai, vez ou outra, ameaçava colocar o sobrinho como herdeiro, mas sua mãe assegurara que era uma ameaça vazia. Mas se ganhasse um irmão, não duvidava que poderia acabar morto.


Se perguntava como seu pai o faria. Seria limpo? Ele faria parecer um acidente? Colocaria a culpa em alguém? Ou simplesmente ninguém nunca acharia seu corpo?


Suspirou sentindo falta de Drew. Engoliu em seco e abriu os olhos, mirando a janela. Queria sair para brincar na rua..., mas não queria que Drew o visse daquele jeito. Ele era seu melhor amigo e Marcus faria qualquer coisa por ele, mas sabia o quanto Drew podia agir feito um maluco às vezes. Talvez fosse o preço por ele ser tão inteligente. Tão inteligente que se tornara um pouco maluco.


Drew era o melhor do ano. Somente os gêmeos Prewett chegavam perto do talento dele, mas mesmo sendo gêmeos, e por consequência, serem dois, preferiam evitar tretas com ele, apesar de que algumas vezes eles não recuavam. Andrew gostava de provocá-los por achar que eles eram um desafio a altura e Marcus detestava aquilo. Sempre acabava se dando mal nas disputas porque, simplesmente, não estava no nível deles. Mas nunca cogitara não ajudar Andrew. Sempre cuidavam das costas um do outro.


Sua porta se abriu e Marcus olhou temeroso. Era sua mãe quem vinha com olhos assustados. Ela lhe pediu silêncio e se aproximou com um livro e uma varinha em mãos.


-Eu estive praticando. Não posso tirar todos os hematomas ou seu pai vai desconfiar. Mas acho que vou conseguir arrumar sua clavícula. – Murmurou ela e Marcus se sentou gemendo de dor – Marcus, você precisa se dedicar mais... seu pai... seu pai ficou muito decepcionado com você. – Murmurou ela nervosamente e Marcus suspirou enquanto ela o cutucava com a varinha, tentando seguir as instruções do livro.


-Mãe.


Ela o olhou assustada e ele engoliu em seco.


-O que foi?


-Por que não fugimos daqui? – Perguntou ele engolindo em seco – Ele vai me matar qualquer dia desses, mãe. Ele disse que iria. Eu não acho que ele estivesse blefando. – Murmurou querendo chorar. Sua mãe engoliu em seco e o segurou no rosto com as duas mãos, para beijá-lo na testa.


-Não temos para onde fugir, meu bem. E você não tem nem seus NOMs ainda. E eu estou grávida. Como poderia sustentar a nós três sem seu pai? – Perguntou ela e Marcus baixou os olhos.


-Eu odeio isso. Eu me odeio por tudo isso. – Suspirou com lágrimas nos olhos. Sua mãe suspirou e o afagou nos cabelos.


-Marcus...


-E mais do que tudo, eu odeio ele. Eu odeio muito ele. Eu queria que ele estivesse morto. – Disse honestamente e sentiu sua mãe o abraçar com força.


-Não diga isso, Marcus. Ele é o seu pai.


-Eu não me importo. Eu o odeio. Eu queria que ele morresse. – Murmurou zangado e então fechou os olhos sentindo o rosto ferver. Lágrimas quentes desceram por suas bochechas e ele soluçou – Mãe... me desculpe por ser tão burro. Mas olhe só o que ele fez comigo. – Disse odiando o homem.


Marcus tinha o olho tão machucado que um deles sequer abria. Seu lábio estava aberto, seu ombro quebrado, os dedos torcidos, as costelas doloridas. O joelho estourado. Mal conseguia mover o braço esquerdo.


-Marcus...


-Eu não aguento mais isso. – Chorou nervoso – Eu quero que ele morra!


[] [] []


Andrew estava brincando de acertar seu elfo doméstico com algumas bolinhas de tecido recheadas com areia. Sempre que o acertava na barriga, ele soltava um barulhinho engraçado, como se fosse um balão e o ar estivesse vazando. Um gemido agudo e estridente. Se perguntava quando Marcus iria responder sua carta, dizendo quando poderiam sair para fazer qualquer coisa. Jogou a bolinha de tecido e acertou a garganta do elfo, que caiu no chão, tossindo e engasgando. Estava entediado.


-Meh, cansei de você. – Disse bufando, observando a criaturinha segurando o pescoço, sem ar – Suma da minha frente. – Resmungou. O elfo tremeu e desapareceu num estalinho. Andrew se jogou na cama e bufou, entediado. Queria que alguma coisa acontecesse. Qualquer coisa. Bufou e rolou pela cama durante alguns minutos. Tentou tirar um cochilo, mas sua mente estava muito ativa. Se levantou e colocou uma camisa, para então se apoiar na janela e olhar o dia lá fora. Trouxas passeavam na rua e Andrew engoliu em seco mirando cada um deles. Soltou um suspiro e então sua mente começou a funcionar daquele jeito torto dela – Qual de vocês é o culpado? – Perguntou amargo, mas os trouxas não o ouviram e continuaram caminhando sem lhe dar atenção. Andrew fechou os olhos e aquela maldita lembrança lhe ocorreu. A campainha tocando, enquanto ele esperava que a mãe voltasse com um lanche. Ela tinha esquecido a varinha em casa, pois era muito esquecida. Lembrava-se de estar brincando com a varinha, sozinho em casa. Seu pai estava no trabalho e a mãe tinha tirado o dia de folga. Ela não era desse tipo torpe de esposa que não fazia nada além de ficar em casa cuidando das crianças. Sua mãe era super incrível. Ela jogava quadribol e era uma das melhores artilheiras do país, tendo jogado na seleção de Wales. Além disso era uma grande bruxa, uma duelista de primeira. Seu pai costumava dizer que sua mãe era incrível, mas distraída demais. Não era mentira. Uma vez ela o levara até o Beco Diagonal para fazer compras e ele se distraiu com a vitrine do outro lado da rua. Ficou encarando as criaturas mágicas e sua mãe o esqueceu na loja. Ela só se lembrou dele quase uma hora depois e ficou o dia inteiro lhe pedindo desculpas. Para compensá-lo ela lhe comprou o maior sorvete do mundo e os dois ficaram se empanturrando a tarde inteira, enquanto, vez ou outra, alguém os interrompia para pedir um autógrafo ou tirar uma foto. O que mais se lembrava da mãe era seu sorriso. Ela era sorridente e brincalhona e ele via um pouco dela em Marcus. Os dois tinham o mesmo jeito risonho, desprendido e despreocupado. Se perguntava se esse era um dos motivos por gostar tanto de Marcus. Ele o lembrava da mãe – Quem de vocês a atacou? – Perguntou se lembrando da campainha tocando. Seu pai não estava em casa. Foi ele quem atendeu, imaginando que a mãe tinha esquecido as chaves além da varinha. Não seria a primeira vez. Abriu a porta já imaginando a cara dela de falsa censura ao vê-lo com sua varinha nas mãos. Já imaginando que ela iria rir dele e de si mesma, perguntando o que ele tinha colorido ou aumentado, ou diminuído, ou até mesmo quebrado, com sua varinha. Não importava o que fazia, sua mãe sempre arrumava e quando o pai voltava pra casa, estava tudo organizado. – Quem de vocês a atacou? – Perguntou passeando os olhos pelos malditos trouxas do outro lado da rua. Nunca tinham achado o desgraçado. Ele ainda estava por aí, impune. Se lembrou de ver os pais dançando aquelas músicas divertidas e agitadas da juventude deles. Algumas vezes os três dançavam juntos, mesmo que seu pai fosse muito ruim naquilo. Mas sua mãe dançava maravilhosamente bem. E ela convencia seu pai a pelo menos tentar. Era muito divertido. Engoliu em seco se lembrando do bruxo perguntar se seu pai estava em casa. Se lembrou de ficar com medo e dizer que não. Seu pai estava no trabalho. Ele trabalhava para o Gringotes e só voltaria tarde. – Quem de vocês enfiou uma faca nela? – Perguntou sentindo falta da mãe. Gostava quando ela o levava para o trabalho e ele ajudava o pessoal da equipe a levar água para os jogadores. Podia assistir os treinos do time dela, os Caerphilly Catapults, de perto. No final do treino sua mãe o colocava na vassoura e voava com ele. Depois que ela morreu, fizeram uma estátua dela, de bronze, em sua homenagem, na sede da equipe. Ele só vira a estátua uma vez. Sua mãe segurando a vassoura. O sorriso dela imortalizado no metal.


A porta de seu quarto se abriu e Andrew olhou para trás. Seu pai tinha entrado. Se virou, surpreso por vê-lo em casa. Tinha dias que não o via. Ele estava sempre com Voldemort, sendo um dos mais íntimos amigos dele.


Andrew conhecia Voldemort. Ele frequentara sua casa várias vezes. Vez ou outra ficava no canto da sala o ouvindo conversar com seus aliados, planejando todo tipo de coisa. Adorava o cara. Mal podia esperar para terminar a escola e poder fazer parte do grupo. Os Comensais de Morte.


Apesar de ter vontade de lutar contra os progressistas, o que mais queria fazer era se vingar de cada trouxa pelo que acontecera com Íris Mulciber, a mulher mais incrível que conhecera. Seu pai parecia cansado, metido em vestes pretas. Ele não usava a máscara de bronze. Os cabelos começavam a cair de sua cabeça e ele nunca parecera tão velho. Desde que sua mãe tinha morrido, o pai parecia morrer mais um pouquinho a cada dia. Andrew achava que ele estava dividido entre a tristeza e o rancor de um jeito muito parecido que ele mesmo. Seu pai era o líder das torturas. Ele sequestrava os trouxas e os trazia para ajudar no treinamento dos novatos. Sabia que Marcus se assustava e tinha ressalvas com aquilo, mas Andrew entendia. Era simplesmente necessário. Maldições precisavam ser praticadas e treinar em animais era muito ineficaz. Azarar um porco era diferente de azarar um bruxo. Não podiam hesitar na hora de duelar. Hesitar significava vacilar e um vacilo poderia lhe render uma prisão. Poderia comprometer a missão. Ele entendia isso.


Voldemort não gostava de derramar sangue bruxo. Não se pudesse evitar. Então os trouxas serviam como treinamento. Muitos novatos desistiam ali, entendendo que não tinham estômago, mas ele sabia que jamais hesitaria. Ele desejava aquilo. Mas seu pai insistia que ele era jovem demais. Andrew já tinha assistido a algumas “aulas”, mesmo que escondido. Já tinha visto seu pai ensinar as três maldições imperdoáveis e ele tentara fazer uma delas durante as férias. Mas na primeira tentativa o Ministério lhe mandara uma carta avisando que se ele continuasse praticando magia fora da escola, seria expulso. Era jovem demais e seu pai não tinha lhe dado permissão para usar magia. Odiava ser uma criança. Ou pelo menos ser tratado como uma.


Sentia que a criança que fora morrera junto com a mãe.


-Andrew. – Chamou seu pai, com enormes olheiras sob os olhos. O olhou meramente curioso e ainda cheio de tédio – Eu vi seu boletim. – Disse seu pai levantando o envelope com suas notas. Deu de ombros e voltou a mirar a rua, cheio de rancor pelas pessoas que passavam, vivendo suas vidas sem se importar com Íris Mulciber. Sem se importar por terem tirado a vida dela – Você foi muito bem em tudo. Estou orgulhoso. – Disse seu velho e Andrew deu de ombros, sem se importar com aquilo – Sua mãe estaria orgulhosa, também... – Adicionou ele e isso lhe fez olhar os trouxas na rua com ódio no olhar – Andrew. Hoje teremos visitas. Eu quero que você fique no seu quarto quando elas chegarem, entendeu?


Se virou, zangado, e mirou o pai.


-Por que?


Seu pai fechou a cara e ele engoliu em seco.


-Porque eu mandei. – E então ele fechou a porta.


Bufou furioso e voltou a lançar outro olhar rancoroso para a rua. Se precisaria ficar trancado em seu quarto, convidaria Marcus para lhe fazer companhia. Decidido, e cansado de esperar por uma carta do amigo, saiu de seu quarto e foi até a lareira da sala. Pegou o flu e o jogou nas chamas. Falou o endereço de Marcus e se ajoelhou em frente à lareira.


-Marcus! Tá aí? – Perguntou esperando que ele aparecesse, mas foi o senhor Avery quem apareceu nas chamas.


-Andrew. Como você está? – Perguntou o velho e Andrew deu de ombros. O pai de Marcus era a lata do filho. Os dois eram muito parecidos. Havia um porta-retratos na casa do amigo com uma foto em preto e branco de Marcus quando ele estava com onze anos, na véspera de ir para a escola ao lado de uma foto do pai dele, na mesma idade, vestindo a mesma roupa – o uniforme escolar. Era muito difícil diferenciar quem era quem, principalmente por a foto dos dois estar em preto e branco.


-Eu estou bem. Marcus pode vir pra cá? Tipo, agora?


-É mais fácil você vir pra cá. Teremos uma reunião aí na sua casa, seu pai não falou? – Perguntou o velho e Andrew fez uma careta de desgosto.


-Disse. Ele me mandou ficar no meu quarto, então Marcus poderia vir pra cá. Quando você fosse ir embora, ele voltava com você. – Sugeriu e o pai de Marcus bufou.


-Tanto faz. Vou falar com ele. – Disse o velho, dando de ombros – Até mais, Andrew. –E então ele sumiu. Revirou os olhos, se perguntando quando iriam parar de tratá-lo como criança.


Voltou para o próprio quarto e arrumou uma mochila com alguns jogos, para se distrair. Então anotou um bilhete para o pai, falando que iria para a casa de Marcus, talvez dormisse por lá. A deixou em cima de uma mesa no corredor, lançou um olhar para um retrato de sua mãe, mas não demorou mais de cinco segundos olhando para ele.


Quando era mais novo, ficava conversando com o retrato. Sua mãe sorria e acenava e ele sentia que de certa forma ela estava viva, ali dentro. Mas ele não era mais tão inocente. Aquilo era apenas uma sombra sem vida e sem alma dela. E olhar para ela era doloroso. Não gostava muito quando as pessoas falavam sobre ela e a usavam como um símbolo da selvageria trouxa, mas entendia que era necessário. A fizerem de mártir. Ignorou aquele sentimento pesado e usou a lareira para ir até a casa de Marcus.


O pai dele estava sentado no sofá, lendo o jornal. Ele o olhou com pouco caso e Andrew tirou as cinzas dos ombros.


-Olá, Andrew. Como foram suas notas? – Perguntou o pai de Marcus. Não achava que devia satisfações para o velho, mas resmungou algo em resposta.


-Boas. – Disse simplesmente e o pai do amigo bufou, mudando de página no jornal.


-Boas. – Repetiu ele, para em seguida resmungar algo inteligível. Não ligou.


-Onde está o Marcus?


-No quarto dele. – Disse o velho – Ouvindo aquelas músicas de sempre. Acho que os dois neurônios que ele tem só sabem ouvir aquelas merdas e não se dão ao trabalho nem de conversarem entre si. Por isso ele é um completo idiota e demente. – Rosnou o velho e Andrew teve certeza de que as notas do amigo tinham chegado. Sabia que ele não tinha ido nada bem nas matérias. Ele tinha zerado História da Magia e ido muito, muito mal em Transfiguração e Poções. Mas ele era até que bom em Feitiços e muito bom em Herbologia. Imaginava que as duas disciplinas o impediram de perder o ano. Esperava que ele fosse ir melhor nas matérias extras que tinha pego. O colega tinha pego quase todas as disciplinas extras, na esperança de ser bom em pelo menos duas delas. Ele só não pegara Advinhação, por ser algo mais de vocação, e aritmancia, que era conhecida por ser uma disciplina muito difícil.


Não se despediu do pai dele, nem pediu licença, apenas andou até o quarto do amigo. Entrou sem bater e quando viu Marcus, sentiu o estômago dar um salto. Ele abriu o olho que estava inteiro e lhe lançou um olhar surpreso. Marcus parecia que tinha apanhado de todo o time de quadribol, com os batedores usando os bastões. Andrew o olhou boquiaberto e deixou a mochila escorregar de seu ombro, olhando chocado para o melhor amigo. O rosto inchado e quase irreconhecível. Ele estava deitado parecendo sentir muita dor, com os dedos e braços cheios de hematomas.


-Cara. – Sussurrou em choque e Marcus deu um irreverente sorriso que em nada era compatível com sua aparência.


-Hey, Drew. Não esperava te ver. – Disse ele parecendo de bom humor.


Odiava quando ele fazia aquilo. Fechou a porta, furioso, sentindo uma onda de ódio crescente dentro de si. Olhou para Marcus, que ainda lutava para manter um sorriso no rosto. Ele sempre tentava fingir que estava bem, mesmo quando tudo estava muito longe de estar. E odiava isso nele. Às vezes queria ver Marcus puto, chutando alguma coisa, saindo do sério. Mas o amigo parecia sempre conseguir esconder o que quer que fosse dentro de si. Andrew se aproximou dele o olhando de cima a baixo e recebeu um olhar temeroso de Marcus, por mais que o sorriso ainda estivesse em seu rosto. Um pouco trêmulo, mas ali.


-O que houve, cara? – Perguntou surpreso.


-O que você acha? Meu pai viu minhas notas. – Disse Marcus tentando se sentar e Andrew correu para ajudá-lo – Ele não ficou muito feliz.


-Poxa, Marcus... – Murmurou engolindo em seco.


-Meh... isso que dá ser tão burro. – Suspirou ele com um sorriso derrotado. Drew fez uma careta, comovido. Seu pai era maluco e já lhe tinha lhe dado umas sovas. Mais de uma vez. Mas nunca daquele jeito. Nunca a ponto de seu olho inchar, ou seu lábio arrebentar. Nunca a ponto de parecer que tinha sido pisoteado por um erumpete.


-Marcus...


-Hey, Drew. Você sabia que minha mãe está grávida? Eu descobri quando voltei pra casa. – Disse Marcus. Andrew o olhou tentando entender a linha de raciocínio do amigo. Será que ele só queria mudar de assunto? – Eu vou ter um irmão ou irmã. Espero que ele seja mais esperto que eu. – Murmurou ele e o sorriso dele vacilou. Andrew suspirou e colocou a mão no ombro dele – Se for uma irmã, eu vou ficar mais aliviado. Mas se for um irmão... bem... eu já pareço descartável agora. Acho que se for um irmão, eu vou ter que fugir de casa antes que meu pai resolva me dar de comida para algum nundu. – Ele deu uma risada e gemeu de dor.


-Você está uma merda. – Murmurou lamentando pelo amigo.


-Relaxa. Só dói quando eu rio... e quando eu respiro... – Ele suspirou – E quando eu prendo a respiração também. Mas bem... a vida tem dessas, não é? – Perguntou ele e Marcus fez uma careta.


-Cara, você não pode deixar seu pai fazer isso com você. – Ralhou muito sério e Marcus deu de ombros, para em seguida fazer uma careta e botar a mão esquerda no ombro direito.


-Aceito conselhos. Eu não consigo nem fazer as coisas mudarem de forma direito. O que eu posso fazer contra o velho? – Perguntou ele – Ele pode ser ruim que nem o tinhoso, mas é um bom bruxo. Ao contrário de mim. – O tom dele era despreocupado e ele tinha um sorriso no rosto, mas os olhos dele estavam tristes.


Andrew suspirou e baixou a cabeça.


-Ainda assim. – Murmurou furioso – Você é filho dele. – Engoliu em seco e Marcus girou na cama para pôr as costas contra a parede.


-Não que isso valha de alguma coisa. Eu não valho de nada. Eu sou um constrangimento. – Resmungou Marcos tentando rir, mas os olhos dele estavam cheios de água. Ele fechou os olhos com força e fungou esfregando o antebraço contra os olhos com mais força do que deveria, para então gemer de dor, pois o olho inchado dele parecia realmente muito ruim. Andrew suspirou e se sentou na cama do amigo, ao lado dele.


-Você precisa provar que não é um merda, Marcus.


-Infelizmente eu acho que isso está fora do meu alcance. Aparentemente eu SOU um merda. – Lamentou ele dando uma risadinha, como se tudo não passasse de uma piada. O amigo suspirou e o olhou – Eu queria ser mais como você.


-Como eu? – Perguntou franzindo o cenho.


-Você é bom em tudo. Eu sou péssimo. Se não fosse por você ser meu amigo, tenho certeza de que eu seria pisoteado por todo mundo. Algumas vezes eu sinto que eu sou um peso pra você. Você deveria andar com o Ethan Rosier, ou o Corban Yaxley... não comigo...


-Você é do diretório puro sangue. Eu não sou. Eles não andariam comigo mesmo que eu seja melhor bruxo que qualquer um deles. – Resmungou Drew.


-Não sei se notou, mas essa merda de diretório nunca me ajudou em nada. – Resmungou Marcus.


-Claro que ajudou. E ainda vai ajudar mais. Se ganharmos a guerra. – Drew olhou o amigo, que soltou um suspiro – Você é o herdeiro dos Avery, Marcus. Um dia você vai ter uma cadeira na Corte dos Bruxos.


-Você seria melhor para o cargo.


-Talvez. – Sorriu, triste pelo amigo e o olhou com alguma afeição – Faremos assim. Eu faço o trabalho pra você e você apresenta por mim, o que acha? – Perguntou ele e Marcus sorriu dando de ombros, para encolher de dor em seguida.


-Se eu sobreviver até lá. – Sussurrou ele de maneira sombria e Drew o olhou incomodado com aquilo. Mesmo sorrindo, Marcus parecia sombrio e desesperançoso.


-Seu pai exagerou, só isso. Não é como se ele fosse se livrar de você.


-Bem... enquanto ele precisar de mim, eu acho que ele não vai se livrar de mim... – Murmurou ele olhando para frente – E se ele não precisar? E se eu tiver um irmão? – Perguntou ele e Andrew suspirou.


-Então você realmente vai precisar melhorar muito. Você pode até não ser esperto, Marcus, mas todo mundo gosta de você.


-Claro, eu sou a simpatia em pessoa se comparado a você. Todo mundo acha que você morde e é venenoso, sabe? – Perguntou Marcus e Andrew deu uma risadinha.


-É bom que pensem isso mesmo. – Murmurou ele e Marcus deu outra risadinha – Vai ter uma reunião lá em casa, hoje. – Murmurou e Marcus o olhou curioso.


-Dos... hum... – Ele baixou o tom de voz – Comensais?


-Aparentemente. – Concordou Drew e Marcus engoliu em seco.


-O que vai ser hoje?


-Eu não sei. Mas meu pai falou que eu deveria ficar no meu quarto. Ele não quer que eu veja.


-Então deve ser outra aula de tortura, ou sei lá. – Murmurou Marcus e Andrew deu de ombros.


-Eu vou ir lá. Escondido. Eu quero ver. – Disse decidido e Marcus o olhou, receoso.


-Vai se meter em problemas.


-Eu quero provar que eu estou pronto. – Disse com firmeza.


-Cara. A gente só tem treze anos. – Devolveu Marcus – A gente só consegue bater punheta e você achando que dá pra ser um soldado lançando maldição nos outros. Você é maluco.


-Bem, o idiota punheteiro é você. Eu sou um excelente bruxo. – Defendeu-se, orgulhoso e Marcus lhe lançou um sorriso desdenhoso – Sem falar que eu faço quatorze em poucos meses.


-Eu posso ser burro, mas não tanto. Nós somos apenas dois moleques, Drew. Tenho certeza de que seu momento vai chegar, mas não agora.


Andrew ficou em silêncio e bufou, zangado.


-Eu posso impressionar. Todos esperam pouco de mim por eu ser novo. Mas você se lembra? Quando conhecemos o Lorde das Trevas? – Perguntou cauteloso e Marcus concordou com um leve aceno de cabeça.


-Ele me dá um pouco de medo. Até meu pai tem medo dele. – Confessou o colega e Marcus engoliu em seco.


-Se eu conseguir impressionar o Lorde. Se conseguíssemos... – Se corrigiu e Marcus lhe dirigiu um olhar incrédulo – Tenho certeza de que seu pai nunca mais iria achar que você é uma perda de tempo e recurso.


-Oh, eu nunca tinha me definido dessa maneira, mas agora que você falou, acho apropriado. Você deveria sugerir esse conceito formal pro meu velho. Ele iria adorar. – Drew acabou sorrindo achando graça, mesmo que achasse que não deveria achar graça da auto depreciação do amigo – Como raios eu iria impressionar quem quer que fosse? Eu sou um fiasco estando inteiro. Imagina nesse estado de agora, cacete.  


Drew bufou e desviou o olhar, tentando pensar.


[] [] []


Largo Grimmauld


Estava tudo uma correria. Sirius tentava apenas não ficar no caminho. A casa, normalmente vazia, estava cheia, com seus parentes correndo de um lado para o outro. Seus tios tinham vindo com as filhas. Addie ainda estava se arrumando no quarto de visitas, junto com Narcissa. Bella estava terminando de se arrumar no quarto de sua mãe. Tia Druella estava com ela, claro. Andrômeda e Viktor, um dos primos dela, estavam conversando em frente à tapeçaria da sala e Sirius o olhava com desgosto. Gostava muito de Andrômeda, mas quando Viktor e Ethan estavam com ela, ela passava mais tempo com eles. No entanto, Ethan estava cochilando num sofá, com as pernas esticadas e os braços cruzados, deixando claro que não queria estar ali.


Regulus estava ao seu lado, olhando tudo com visível agitação. Monstro e a mãe dele, Tragédia, corriam pela casa, tentando deixá-la mais polida e organizada. Tio Cygnus, tio Alphard e seu pai fumavam charutos no escritório, os três de excelente humor.


Os Lestrange estavam vindo, oficialmente, pedir a mão de Bella em casamento. Tinha escutado que Bella, em um de seus bailes de debutante, tinha explodido a cara do outro pretendente e o jogado do outro lado do salão, em cima da prataria e das taças de cristal. Fora o fim do cortejo entre os Travers e sua família. Sirius não gostava de Bellatrix ou de Rodolfo, mas certamente gostava menos ainda de Travers. Tinha algo nele que o irritava profundamente, apesar do irmão caçula dele ser até bem divertido. Ele fazia parte da banda que tocara na festa da Lula Gigante. Tinha conhecido Kurt Travers no verão anterior, mesmo que ele tivesse passado mais tempo com Narcissa.


-Minha nossa. Mamãe parece que vai casar uma filha e não uma sobrinha. – Resmungou Regulus ao seu lado e Sirius concordou com um aceno de cabeça e um balançar de ombros – Como é esse noivo da Bella. Você conhece ele?


-Ele é aquele que fez o Travers quase se borrar inteiro naquele jantar no ministério que a gente foi uma vez. Não lembra? – Perguntou e Regulus franziu o cenho, tentando se lembrar. Então ele sorriu e olhou para Sirius com contentamento.


-Nossa. Ele pareceu muito maneiro! Eu queria que ele tivesse azarado o toscão do Gilbert. – Disse Regulus e Sirius deu uma risadinha.


-Eu também queria. Queria ter visto pelo menos um soquinho.


-Como ele é lá em Hogwarts? – Perguntou Regulus – Ele é da Sonserina, certo? – Adicionou ele.


-Sim. Como se Bella fosse querer se envolver com gente decente.


-Sirius, pare com isso. A Sonserina é a melhor casa. – Ralhou seu irmão caçula e Sirius revirou os olhos.


-Você não tem como saber. Só tá repetindo o que nossas primas, mamãe e papai sempre disseram. – Resmungou.


-Andrômeda concorda comigo. – Disse Regulus empinando o nariz, muito convencido de que aquele argumento lhe daria a vitória naquela discussão. Sirius revirou os olhos.


-Nem Andy é dona da verdade. E Addie concorda comigo que a Grifinória é a melhor das casas. – Devolveu e Regulus o olhou zangado. Ele estava com uma queda pesada em Addie desde o dia em que ela viera morar com eles no Largo Grimmauld.


Tinha sido uma grande comoção quando tio Alphard resolveu se mudar da França, sem a esposa, trazendo Addie com ele, para morar ali no Largo. Ele era o irmão caçula de sua mãe e, de longe, seu tio favorito. Ele e a esposa se davam bem, mas não tanto, aparentemente, já que ele passava mais tempo visitando a família do que passando tempo com ela, lá na França. Sua mãe dissera que eles não viviam mais como marido e mulher, mas queriam evitar um escândalo com uma separação. Casamentos bruxos eram para sempre, não era como os trouxas, que, por mais feio que a sociedade olhasse, ainda se divorciavam. Os bruxos só se casavam de novo se enviuvassem.


Addie, num primeiro momento, não gostara nada do Largo. Ela reclamava que a casa era muito pequena e escura. Tanto Sirius quanto Regulus se convenceram que ela costumava morar em um palácio, ou qualquer coisa assim. Ela trouxera tantas roupas que seu pai e seu tio tiveram que se unir para lançar um feitiço para aumentar o armário dela por dentro. Sirius achou que ela seria um pesadelo, como Narcissa. Mas Addie era longe de ser um pesadelo. Ela era incrível.


Primeiro, ela era metamorfomaga. Ela mudava a forma e cor dos cabelos, quase todos os dias. Ela não tinha medo de encarar Bellatrix e o pai dela gargalhava sempre que ela dava uma resposta indiscreta na prima mais velha, por mais que sua mãe ou tio Cygnus cobrassem mais postura dele. Ela era divertida e sabia contar piadas baixas e ria da maioria das bagunças que fazia. Muitas vezes ela estava envolvida nas bagunças, inclusive. Ela tinha se tornado uma amiga muito querida e Regulus ficara enciumado. Ele fazia de tudo para chamar a atenção dela e Addie era amável e doce com ele, alimentando a queda que o irmão tinha.


Um dia escutou Regulus perguntando aos cochichos para sua mãe se ela deixaria ele se casar com ela quando crescessem, já que ela e seu pai eram primos também. Mas sua mãe só tinha rido e apertado a bochecha dele, prometendo que pensaria a respeito. Mas Addie achava essa coisa de se casar por motivos políticos uma besteira e a mãe dela tinha prometido que ela não passaria por isso. Não sabia o que tio Alphard tinha a dizer sobre aquilo. Só esperava que ele não fosse o escolhido para se casar com ela, afinal, por mais que gostasse muito de Addie, ele não tinha o menor interesse em se casar com ela. Eram primos e amigos. Apenas.


E achava que ela concordava com isso.


-Oh, pelas barbas brancas de Merlin. Alguém sabe onde minha mãe colocou meus brincos de pérola negra? – Rosnou Narcissa passando rapidamente por eles.


-Não entendo o motivo de estar tão nervosa, Cissa. Lucius nem vai estar aqui essa noite. – Riu Andrômeda e Narcissa a olhou parecendo furiosa.


-Lucius Malfoy é um ridículo e a única coisa que eu quero dele é saber que poção ele usa para deixar os cabelos daquele jeito! – Disse Narcissa se virando e marchando para o quarto onde Bella se arrumava para a noite – MÃE! MEUS BRINCOS DE PÉROLA!


Sirius fingiu amarrar uma corda ao redor do pescoço para se enforcar com ela e Regulus riu e encolheu como se apenas rir de Narcissa fosse uma boa traquinagem. Revirou os olhos para a inocência do irmão, se virando para Andrômeda e Viktor. A prima bebia suco de uva, enquanto Rosier bebia whisky de fogo num copo cheio de gelo.


-Finalmente vai acontecer. Rodolfo e Bella vão ser arranjados oficialmente. – Murmurou o sonserino mais velho – Fico feliz que não tenham se deixado afetar por aqueles boatos infundados.


-Eu confesso que num primeiro momento eu acreditei nos rumores. Mas Narcissa me convenceu do contrário. Ela foi a maior defensora de Rodolfo. – Disse Andrômeda – Ela ficou de olho nos dois a noite toda.


Viktor deu um sorriso cruel e Andy pareceu ficar alerta. Regulus e Sirius olhavam a prima com atenção, absolutamente curiosos.


-Sim, eu sei o quanto esteve pecaminosamente distraída naquela noite, Dora. – Riu ele e Andrômeda o estapeou no braço. Sirius não conhecia Viktor Rosier muito bem, mas ele normalmente era alguém absolutamente sério e desdenhoso. Dora gostava dele, por algum motivo, mas ele não parecia alguém divertido. Mas quando ela o estapeou no braço, ele sorriu de maneira culpada e quase pareceu um garoto comum – Quase posso ouvir seu pais desmaiando de terror.


-Oh! Cale-se, idiota. – E então ela olhou ao redor, para falar baixinho no ouvido dele, fazendo com que o garoto fizesse uma careta, se afastando de leve dela, como se não gostasse de ficar muito próximo de uma garota. Sirius não pode escutar o que ela disse, mas Viktor parecia imerso em um divertido deleite.


-Eu sei, Dora, eu sei. Mas não deixa de ser engraçado.


-Ainda assim. Você me prometeu segredo. – Ela fez uma careta – Eu estava fora de mim naquela festa, você sabe.


-Tenho plena noção. – Riu ele – Tem sorte de eu ser o único parente seu que sabe o quão fora de si você ficou naquela festa.


-O que aconteceu com você naquela festa, Dora? – Perguntou Sirius, curioso.


-Que festa? – Perguntou Regulus.


-A da Lula Gigante, com certeza. Foi a melhor e maior festa da última década. – Explicou Sirius e Regulus arregalou os olhos como se aquela fosse a coisa mais incrível que já tivesse escutado em vida.


-Uma... lula gigante fez uma festa? – Perguntou ele e Sirius acabou rindo, junto de Viktor e Andrômeda.


-Não. Nós fizemos uma festa para ver a lula gigante. E aí ela pegou meu amigo e quase matou todo mundo do coração.


-Seu amigo foi capturado por uma lula gigante? – Perguntou Regulus, abismado. Sirius riu e concordou e viu seu irmão desabar no sofá, parecendo perplexo.


-Eu nunca quis que o verão acabasse tão rápido. – Murmurou ele com a imaginação à mil – Hogwarts deve ser o melhor lugar do mundo!


-Sim. É mesmo. – Concordou Andrômeda e Sirius concordou. A porta do quarto de sua mãe se abriu e tia Druella saiu de lá junto dela.


Walburga Black usava um bonito vestido preto ligeiramente antiquado. Ele não tinha espartilho e Sirius sabia que ela preferia não usar um porque aquele tipo de vestido, com a cintura alta, disfarçava ligeiramente o busto farto dela. Mas mesmo assim ela ainda era uma mulher muito bonita. Sabia disso, porque muitos homens interrompiam seu andar para olhar sua mãe passar, mesmo quando ela estava acompanhada dele, de Regulus e até mesmo de seu pai. Sua tia Druella tinha uma aparência mais delicada. Mais baixa, mais magra e com curtos cabelos loiros, enfeitados com um diadema cheio de diamantes. Ela usava preto também, mas o vestido era mais moderno, com o espartilho apertado fazendo seus pequenos peitos parecerem maiores do que realmente eram.


As duas cunhadas não eram nada parecidas, mas se davam super bem.


-Pois eu acho que está escandaloso. – Ralhou tia Druella – Juro que à medida que Bellatrix cresce, ela parece mais e mais fora de controle. Se os Lestrange desistirem do acordo também, eu não sei o que vou fazer. Cygnus vai ficar... – Ela respirou fundo e Walburga colocou a mão sobre o ombro dela.


-Ella, querida. Bella não é idiota. Se ela insistiu em usar aquilo, ela deve ter um bom motivo. E lembre-se que ela concordou com o noivado. Ela não foi obrigada a ele, como foi com Travers. Esse Rodolfo deve gostar de uma moda mais ousada.


-Céus, o que Bella está vestindo? – Perguntou Andrômeda, parecendo muito animada. E então Bella saiu do quarto. Os cabelos estavam lisos, presos num penteado sofisticado. Seus olhos brilhantes enfeitados com maquiagem desenhada justamente para destacar a cor azul profunda e brilhante das duas esferas. O batom era vermelho, brilhante como sangue. As orelhas estavam enfeitadas com bonitos brincos em forma de folhas, peroladas e com pedras de brilhantes. O vestido era negro, escandalosamente decotado, muito justo e sem espartilho. O tecido grosso se grudando ao formato do corpo dela, deixando evidente o formato de cada curva. Bella lhe lançou um sorriso convencido e ele engoliu em seco. Sirius conseguiu até esquecer o ranço que tinha por ela. Sentiu o rosto arder de constrangimento, olhando para ela, o corpo ficando quente e fora de seu controle.


-Uau, prima. Você está tão bonita. – Disse Regulus, boquiaberto. Sirius engoliu em seco de novo, com a respiração descompassada.


-Obrigada, Regulus. – Disse Bella girando no mesmo lugar. O vestido era justo até a meia altura das coxas, se folgando depois. Ela estava verdadeiramente bonita, mas escandalosa. Sentiu os dois olhos dela pousarem sobre si, um sorriso torto em seus lábios. Sirius respirou fundo – O que acha, Sirius? Tenho a aprovação do herdeiro da Casa Black? – Perguntou ela colocando as mãos nos quadris arredondados. Engoliu em seco e concordou.


-Uau. Se o idiota do Rodolfo não querer casar com você, ele é mesmo um idiota. – Disse honestamente e Bella andou até ele para lhe apertar as bochechas. Depois ela afagou o rosto de Regulus.


-Eu preciso pedir um favor a vocês. – Disse ela e Sirius respirou fundo – Eu quero que tentem não implicar com Rabastan.


-Ele é um merdinha! – Resmungou Sirius.


-Sirius Black! – Ralhou sua mãe – Que linguagem é essa?


Bella olhou para sua mãe de canto de olho, mas então sorriu e o olhou novamente, se curvando, para ficar com os olhos na altura dos seus. Ela desatou o nó de sua gravata para refazê-lo, sorrindo de maneira quase amável.


-Eu não me importo com a sua opinião sobre o irmão de Rodolfo. Tudo o que eu peço é que, pelo menos dessa vez, faça um esforço para não me envergonhar. Porque se você o fizer, Sirius. – Ela apertou o laço um tanto apertado demais e Sirius sentiu-se absolutamente ameaçado. Ela o olhou nos olhos, ainda sorrindo, falando num sussurro – Eu juro que vou fazer você e seus amigos sofrerem o máximo possível esse ano. Afinal. – Ela terminou seu laço e passou as mãos em seus ombros, desamassando suas vestes, deixando-o mais aprumado – Eu sei que não tem medo do que eu possa fazer a você, mas eu juro que vou fazer com que seus amigos paguem pelo seu mau comportamento. Eu sou a monitora chefe, Sirius. Não me desafie. – Sussurrou ela com um sorriso amável, o apertando muito de leve na bochecha. Sirius engoliu em seco e olhou para a mãe, que agora já estava entretida com Narcissa que perguntava onde estariam seus brincos de pérola negra. Tia Druella se aproximou trazendo um lenço comprido e negro, de renda, para jogar sobre os ombros seminus de Bella.


-Aqui, para que não fique com frio nessas... roupas. – Disse ela com alguma censura. Bella sorriu sem parecer se importar realmente.


-Obrigada, mamãe. – Disse ela, para então lhe encarar mais uma vez. Recebeu uma piscadela da prima, que se virou para ir até as escadas.


Sirius engoliu em seco e mirou Regulus. Ele tinha escutado as ameaças de Bellatrix e parecia tão chocado quanto. Seu irmão caçula se aproximou e sussurrou.


-Bella consegue ser assustadora, né? – Perguntou ele e Sirius respirou fundo.


[] [] []


Rabastan mirou seu irmão, que parecia muito calmo e sereno, ajustando tranquilamente as abotoaduras, como se não fossem fazer nada de demais. Como se aquela noite não fosse realmente importante. Mas seus pais, principalmente sua mãe, pareciam quase eufóricos.


Já Rabastan estava quase aborrecido. Preferia ter ficado em casa. Não queria ter que visitar os Black. Esperava que as irmãs Black não ficassem o apertando e o tratando como um bebê na frente de seus pais. Olhando a rua que passava veloz pela carruagem, não reconheceu a paisagem. Já estivera na casa de Bella uma vez, no verão passado. Mas tinha ido durante o dia, então, imaginava que o lugar parecia mais sombrio durante a noite.


No entanto, quando a carruagem parou, notou que não estavam na casa que se recordava. Seu pai saiu da carruagem e pagou o cocheiro. Saiu junto de Rodolfo, olhando ao redor, notando que alguns trouxas olhavam curiosos para eles. Não eram sete da noite ainda e a rua não estava vazia. Mas seus pais não se importavam. Nunca se importavam. Sua mãe tentou ajeitar melhor suas vestes e seus cabelos. Apenas ficou quieto se perguntando de quem seria aquela casa. Imaginou que seria a casa de Sirius Black. Ele era o herdeiro da família. Fazia sentido. Enquanto sua mãe ajeitava os trajes de Rodolfo, um pensamento lhe ocorreu. Um que fez suas orelhas esquentarem.


Será...


Será que...


Será que Adhara Black estaria ali também?!


Uma sensação misturada de pânico com euforia o tomou. Engolindo em seco, mirou seus pais, que davam algumas instruções a Rodolfo, que não parecia nem um décimo preocupado quanto eles. Ele tirou um envelope dos bolsos e o abriu, tirando um endereço de dentro dele. Ele leu alguma coisa no papel, tirou a varinha e falou qualquer coisa num resmungo. As casas onze e treze começaram a se afastar lentamente, enquanto outra casa parecia surgir no meio delas, como se as empurrando para os lados para ter espaço para passar. Ficou muito quieto esperando os feitiços se desfazerem para eles e escutou seus pais bufarem.


-Absolutamente antiquado. – Disse sua mãe.


-Por favor, não fique implicando com Bella, mamãe. – Ralhou Rodolfo, guardando o envelope no bolso.


-Não faço promessas. – Disse sua mãe com os olhos cheios de julgamento. Seu pai deu alguns tapinhas nas costas de Rodolfo e suspirou.


-Eu espero que saiba o que está fazendo, Rodolfo. Não precisava ter pressa para escolher uma noiva. Mas quando coloca algo na cabeça não tem quem tire. – Ralhou seu pai e Rodolfo deu de ombros.


-Não vejo motivos para esperar. Ela é a melhor opção do que tenho à disposição.


-Daqui uns anos poderia aparecer alguém melhor. – Pontuou sua mãe, mas Rodolfo negou com a cabeça.


-Eu realmente duvido muito.


Rabastan mirou a casa, que agora finalmente tinha aparecido por completo. Alguns trouxas ainda olhavam para eles, provavelmente incapazes de ver a casa. Torpes. Os via cochichar, olhando para eles com curiosidade e desconfiança, mas quando simplesmente deram alguns passos à frente, em direção à entrada da casa, viu os trouxas parecerem perplexos, boquiabertos. Provavelmente simplesmente tinham desaparecido de suas vistas. Eles eram incapazes de entender o motivo, claro.


Rodolfo tocou a campainha e os quatro ficaram a esperar que a porta se abrisse. Logo ela o fez e foram atendidos por uma elfa feiosa, relativamente alta, metida em trapos até bem limpos. Ela se curvou profundamente com um nariz enorme como uma tromba tocando o chão. Era o elfo mais feio que já tinha visto.


-Sejam bem-vindos à nobre e mui antiga morada dos Black. – Disse ela. Passaram reto por ela, já que não perderiam tempo falando com elfos. Olhou ao redor, achando a casa até que bonita, mas muito fria. Sua casa tinha um ar mais convidativo. Achava tudo meio cinzento ali e com pouca cor. Sua casa certamente era mais bonita. Se viu num comprido corredor, que dava para uma porta e uma longa escada. Pode notar uma sala de jantar, com uma longa mesa e um grande armário repleto de bonitas pratarias e peças de porcelana. Mesmo de longe, pode notar que os pratos com bonitos e coloridos desenhos.


-Lestrange. – Disse uma voz grave e Rabastan levantou os olhos. Descendo as escadas vinham três homens, os três bastante parecidos. Todos com cabelos curtos, negros e olhos azuis. Um deles era mais alto que os outros e vinha na frente. Fora ele quem os cumprimentara. Os outros dois vinham mais atrás, sendo que um deles tinha um bigode que Rabastan julgou bem engraçado. Usava um monóculo, e se vestia como se fosse mais velho do que realmente era. Na verdade, o de monóculo era o mais jovem dos três que se aproximavam.


-Orion. – Disse seu pai adiantando-se um passo, para cumprimentá-lo – Não tenho te visto no clube nos últimos meses. – Disse seu pai. Rabastan sabia a que ele se referia. Era um clube exclusivo para os cavalheiros da alta sociedade. Rodolfo tinha ido pela primeira vez logo depois de voltar das aulas, já que já era maior de idade. Ele explicara que os homens ali fumavam charutos, ficavam bêbados e faziam todo tipo de apostas. Parecia divertido, na verdade.


-Confesso que tenho trabalhado muito. A Corte tem exigido demais do meu tempo. Alguém tem que manter Longbottom e Valentine na linha, já que Abraxas prefere ficar amuado em um canto.


-Entendo. – Disse Orion – E você deve ser Edasich. Encantado. – Murmurou o tal Orion. Rabastan o achou muito parecido com Sirius Black e se convenceu que ele devia ser pai do cretino. Soltou um muxoxo convencido de que teria que aturar Sirius Black por aquela noite. Pelo irmão faria uma trégua. Era um dia importante para ele, afinal.


-O prazer é todo meu. – Garantiu sua mãe estendendo a mão para o anfitrião, que se curvou para beijar seus dedos. Sua mãe usava uma longa luva negra, seus dedos estavam repletos de anéis, mas o Sr. Black arrumou um jeito de beijar sua mão assim mesmo – Qual de vocês é Cygnus? – Perguntou sua mãe indo direto ao ponto. Nunca fora uma mulher de desperdiçar palavras, sua mãe, assim como seu pai. Algo que certamente tinham em comum um com o outro.


-Sou eu. – Disse o outro senhor, de altura mediana e cabelos mais curto dos três Black – Cygnus Black, seu criado. – Ele se curvou e sua mãe não ofereceu a mão para que ele a beijasse. Era uma honra que ela provavelmente julgou digna apenas do cavalheiro que levava a família.


-E onde está a adorável Bellatrix? – Perguntou sua mãe com alguma preguiça na voz. Rabastan baixou os olhos, abafando um sorrisinho. Sua mãe não estava nada feliz com a ideia de estar noivando um de seus filhos. Ela achava que Rodolfo era jovem demais para um compromisso desses.


-Perdoe os modos de minha mãe, senhor Black. – Adiantou-se Rodolfo, com um sorriso apaziguador – Sabe como são as mães ao tentarem casar seus filhos mais velhos. Ficam muito super protetoras. – Ele lançou um olhar cheio de censura para sua mãe, que fez um bico desgostoso. Seu pai apenas revirou os olhos e sorriu, concordando com seu irmão – Eu sou Rodolfo e estou muito feliz por ter recebido a mim e a minha família nessa noite tão importante. – Garantiu ele e Rabastan respirou fundo.


-E quem é esse? – Perguntou o senhor Orion e Rabastan notou que ele falava com os olhos dirigidos a sua pessoa.


-Esse é meu irmão caçula. Rabastan. – Seu irmão o olhou significativamente e Rabastan adiantou-se um passo, colocou as mãos atrás das costas e fez uma mini mesura só com a cabeça, como a etiqueta cobrava. Ele era novo demais para apertar as mãos dos cavalheiros.


-Quantos anos ele tem? – Perguntou Orion Black. Sentiu um frio na barriga e mirou Rodolfo, pedindo ajuda com um olhar. Seu pai lhe lançou um olhar cheio de expectativa, mas seu irmão respondeu por ele, como normalmente fazia.


-Ele tem doze anos, senhor. Vai fazer treze no próximo dia das bruxas. – Explicou Rodolfo calmamente e Orion Black sorriu.


-Ele tem a idade de sua filha, Alphard. – Disse Orion e o tal Alphard suspirou, como se não estivesse gostando do rumo da conversa.


-Sim, logo percebi. Do seu filho também.


Rabastan engoliu em seco, mirando o mais baixo dos senhores, o que era mais jovem, usava monóculo e tinha o bigode extravagante. Não lhe restara dúvidas. Ele era o pai de Adhara. Engoliu em seco, olhando para ele, mas o senhor não perdeu tempo olhando de volta.


-Vamos, vamos entrar. Bellatrix já está pronta. Mandarei as mulheres descerem. – Anunciou Orion – Irei abrir um bom whisky para nós. Aceita alguns charutos? – Perguntou ele e seu pai concordou com um aceno de cabeça – E você, Rodolfo?


-Não, obrigado. Eu não fumo. Mas aceito um copo de whisky. – Respondeu seu irmão. Orion então o olhou.


-Fique à vontade, jovem. As crianças estão lá em cima. Você pode subir. – Disse o anfitrião.


Entendeu que sua presença não seria bem-vinda no escritório. Era jovem demais. Acenou com a cabeça, em concordância, e então subiu os degraus, se perguntando se veria Adhara naquela noite. Talvez até conseguisse falar com ela. Estava quase eufórico. Theo ficaria morrendo de inveja, com certeza.


Subiu os degraus, ignorando várias cabeças de elfos domésticos que enfeitavam – se é que podia se utilizar desse adjetivo – a bonita parede de cor azul escura. Logo se viu em uma ampla sala bonita e aconchegante. Alguns sofás estavam espalhados pelo ambiente, assim como armários com todo o tipo de objetos mágicos que certamente seriam interessantes. Assim que adentrou a sala, deu de cara com as três irmãs Black, Viktor Rosier e Ethan Rosier, além de duas mulheres que não reconheceu. Imaginou que eram senhoras Black.


-Oh, meu, Merlin! – Esganiçou-se Narcissa, o olhando como se fosse a coisa mais adorável que ela tivesse visto. Ela estava muito bonita, num vestido azul marinho, enfeitado com rendas prateadas. Uma meia tiara enfeitava sua cabeça e ela parecia tão bonita que poderia posar para a capa de uma revista – É ou não é a coisa mais fofa que vocês já viram?


-Minha nossa, Rabastan. Você é muito fofo! – Rosnou Andrômeda. Ela estava metida num vestido verde musgo, muito bonito, com um decote comportado e duas alças finas em seus delicados ombros. Os cabelos cacheados, relativamente soltos, caindo pelo ombro direito.


-Me deem licença. Ele é o meu cunhadinho. – Ralhou Bella e ele arfou. Ela estava muito, muito bonita, num vestido preto, nada comportado. Sua mãe certamente não iria gostar nem um pouco daquilo. Mas ele não podia dizer o mesmo. Sentindo-se calorento, seus olhos foram sem que quisesse para o decote dela. Os seios médios dela pareciam prestes a pularem para fora do decote. Respirou fundo e baixou os olhos, tentado a olhar mais e mais para os seios dela. Seios que deveriam pertencer a seu irmão, muito em breve. Algo que deveria se recordar – Olha só pra você. Um perfeito cavalheiro. – Disse ela lhe apertando as bochechas. Sentiu o rosto ferver enquanto Bella sorria para ele.


-Bella, Dora, Cissa. Vocês estão todas muito bonitas. – Forçou-se a dizer, sem conseguir olhar para elas. Estava acanhado e constrangido.


-Oh. Ele é tão fofinho. – Disse Cissa o roubando para um abraço – Eu quero levar ele pra casa!


-Pra fazer o que? – Perguntou uma voz detestável. Respirou fundo e viu Sirius Black o olhando com desdém. Ele estava elegante em vestes negras, os cabelos penteados para trás. Ao lado dele, um garoto mais novo, de cabelos curtos e lisos, olhava de Sirius para ele, parecendo confuso.


-Eu daria um monte de beijinhos nele. – Disse Narcissa e Rabastan corou muito com a cabeça na altura dos ombros dela.


-Argh. Do jeito que ele é... – Começou Sirius, mas o garotinho ao lado dele o segurou no braço, com olhinhos suplicantes. Sirius bufou e cruzou os braços sem concluir a sentença.


-Imagino que devo descer. – Disse Bellatrix. Rabastan concordou e ela sorriu para as irmãs – Bem. Nesse caso. Eu já vou. Não façam nada que eu não aprovaria. – Decretou ela, para em seguida descer as escadas.


Mirou Sirius com desdém e recebeu um olhar igual da parte dele.


Foi quando uma porta se abriu. Olhou para ela e de lá saiu Adhara Black. Ele engoliu em seco. Ela estava com os cabelos presos num penteado sofisticado. Usava um vestido cor de pérola e estava tão bonita que ele se sentia esmagado por ela.


-Oh, Addie. Você está tão bonitinha! – Disse Andrômeda e Rabastan achou que seu coração sairia pela boca. Estava muito calorento, ainda nos braços de Narcissa, olhando para a garota que sempre achara tão bonita. Ela se virou para o primo, sem lhe dar atenção e colocou as mãos nos quadris.


-Bellatrix já foi se casar? – Perguntou ela com desdém.


-Já. Agora temos que aturar a praga do cunhado dela. – Resmungou Sirius e ela se virou para ele, como se não tivesse notado antes que Rabastan estivera ali. Ela fez uma careta e cruzou os braços.


-Ah. Você. – Disse ela com desgosto – Bem, pelo menos dá pra ignorar. Não é que nem a Bellatrix. – Rabastan sentiu um frio lhe pesar o estômago, como se tivesse uma grande pedra de gelo ali – Vamos arrumar algo de divertido para fazer.


-Levem Rabastan com vocês. – Sugeriu Viktor – Vocês têm idades parecidas. – Ele bebericou de seu whisky e Rabastan olhou de Sirius para Adhara, cheio de excitação. Ela o olhou preguiçosamente e soltou um muxoxo desdenhoso.


-Nem fodendo.


E ele corou de vergonha. A garota que sempre chamara sua atenção se virou, segurou as mãos de Sirius e de Regulus para puxá-los para o andar de baixo. Sirius se virou para ele antes de descer o lance de escadas, riu com descaso e lhe mostrou o dedo médio. Era mais do que oficial. Odiava Sirius Black. 



 



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Autor(a): Tia Vênus

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